domingo, 27 de abril de 2008

Banalização do anormal


Nas últimas semanas, a mídia de maneira geral tem sido tomada pelo Caso Isabella. Procura-se cobrir por todos os ângulos, todo e qualquer acontecimento relacionado ao crime. Sinceramente, não tenho tido o mínimo de vontade de assistir programas jornalísticos, por já saber qual será o foco e esse foco é o que mais me incomoda. Leio revistas, pois quando chega na página que fala sobre o caso, posso “pular”. Talvez seja egoísmo da minha parte não querer ver a realidade que ocorre lá fora, mas também não tenho que aceitar o que a mídia despeja. E se isso é ser egoísta, então infelizmente eu sou.
A morte da Isabella se tornou ‘algo comum’ que as emissoras exploram apenas com a finalidade de atingirem a mais alta pontuação no IBOPE. O crime se tornou produto. Por mais que os jornalistas e repórteres impostem a voz para transmitir as notícias com a seriedade e tristeza que ela merece, não convencem. Não conseguem passar a mensagem de que estão realmente interessados em descobrir os verdadeiros culpados. Parece que o mais interessante é o mistério do caso, a emoção. E isso assusta.
Triste mesmo, é que casos como o da Isabella tenham se tornado ‘comuns’ e pouco a pouco estamos nos acostumando com isso. Parece que estamos nos desumanizando. Embora esse tipo de crime ainda entristeça e surpreenda, já não choca mais como antigamente. Rezo para que em meio a tanta ‘normalidade’, não nos esqueçamos das coisas realmente importantes e nem de quem somos.

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