domingo, 10 de outubro de 2010

Qual foi o momento mais difícil da sua vida?


Foi a pergunta que me desconsertou. É engraçado como você vai para uma entrevista esperando ter que responder a determinado tipos de perguntas e acaba surpreendida por aquilo que não "estava em pauta".


Não tinha parado pra pensar nisso ainda, talvez pelo fato de nossa memória ser seletiva para só guardar momentos bons, acabamos por "esquecer" aquilo de ruim que nos acontece. Mas a prova de que não nos esquecemos, é que a resposta foi instantânea: 2006!


Vários fatores influenciaram para que este ano fosse o mais difícil até hoje: Ano de TCC na faculdade, a saúde da minha família que não ia bem, insatisfação no trabalho. Mas de todas, a mais grave foi a saúde do meu pai. Ele teve AVC. Estava normal e de repente começou a apresentar distúrbio na fala, pensava uma coisa, mas não conseguia dizer o que pensava, as frases saiam sem sentido. O levaram para o hospital e foi constatado um pequeno derrame na região do cérebro que comanda a fala. Lembro que eu saia da faculdade e alguma das meninas me deixava na Beneficiência Portuguesa para dormir no hospital. Não me lembro quantos dias foram (esse valor minha memória apagou de verdade), mas lembro que foi nessa época que caiu minha ficha. A vida não era mais a mesma. Não me refiro à saúde do meu pai, pois graças a Deus, depois de algum tempo ele ficou bom novamente, mas me refiro a amadurecer.


Trabalho desde os 17 anos, mas sempre tive a segurança de que qualquer coisa que acontecesse poderia ser superada, pois eu tinha a segurança dos meus pais. Eu podia ser inconsequente, pois se ficasse desempregada ou acontecesse alguma coisa, eu teria quem me amparasse. Mas tudo mudou. Aprendi que o que é certo hoje, amanhã pode não existir e passei a planejar mais o amanhã. Foi o ano que eu decidi definitivamente que quando terminasse a faculdade, ia traçar o meu caminho. E é o que tenho feito...


Muita gente já me disse que não sabe como eu tive coragem de ir embora de Bauru. Eu é que sei como é difícil ficar longe da minha família, mesmo os vendo pelo menos uma vez no mês. Ninguém disse que ia ser fácil, mas é uma etapa que eu tenho que passar. Momentos difíceis poderão vir, mas tenho consciência de que Deus me dará forças para superá-los.


O lado bom é que todo dia é um dia novo pra mim. Novos conhecimentos, novas pessoas, novas idéias e assim, aos poucos eu vou criando o futuro planejado...

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